Segundo pesquisa da plataforma MindMiners, 3 em cada 10 usuários do WhatsApp utilizam o aplicativo para buscar informações sobre produtos de interesse.
Nos últimos meses, o serviço de mensagens tem sido cada vez mais usado para o comércio, comportamento que também foi medido pelo levantamento. De acordo com a MindMiners, 27% das pessoas usam o WhatsApp para fazer compras, e 24% para contratar serviços.
No Brasil, o aplicativo tem mais de 160 milhões de usuários, e durante o período de pandemia do novo coronavírus se consolidou como opção de canal de vendas. A JET, por exemplo, uma das principais plataformas de e-commerce do país, lançou gratuitamente seu Guia de Vendas via WhatsApp.
Com cada vez mais consumidores usando o WhatsApp para buscar produtos e serviços, muitas empresas estão investindo no serviço de mensagens. As estratégias visam aprimorar o atendimento e a própria realização de vendas pelo aplicativo para clientes que preferem evitar aglomerações em lojas físicas.
Nos últimos meses, vem sendo observado como o WhatsApp Business tem sido usado na estratégia de muitas empresas durante a pandemia, inclusive as de luxo.
No mercado brasileiro, um dos exemplos de empresas que vêm aproveitando os recursos do aplicativo é a Via Varejo, dona das redes Ponto Frio e Casas Bahia. O grupo chegou a treinar vendedores que trabalhavam em lojas físicas para atuar por meio do serviço de mensagens. Com esta atuação mais intensa, o WhatsApp chegou a ser responsável por 14% das vendas da empresa nos canais digitais.
Produtos mais procurados no WhatsApp
Entre as pessoas que utilizam o aplicativo para fazer compras, os produtos com maior procura são justamente aqueles mais comuns em serviços de delivery, como refeições prontas, alimentos e medicamentos. Além disso, as roupas também integram a lista de itens mais buscados.
Entretanto, o levantamento da MindMiners aponta que outros produtos já começam a se destacar nas vendas via WhatsApp no Brasil. Itens para a casa, por exemplo, como eletrônicos, eletrodomésticos e móveis estão entre as mercadorias compradas por meio do aplicativo.
De modo geral, as compras são feitas principalmente com comerciantes autônomos ou comércios de bairro, negócios que estão sendo mais procurados durante a pandemia. Para conquistar seus clientes digitais, muitos comerciantes divulgam seus produtos nas redes sociais, como Facebook e Instagram.
No entanto, conforme já mencionado, não são apenas os pequenos negócios que estão aproveitando o WhatsApp para vender seus produtos. Além das lojas de grandes varejistas, shoppings brasileiros também utilizam o aplicativo para manter a proximidade com os seus clientes.
Outro questionamento da pesquisa foi em relação à ferramenta de chatbot, sistema automatizado de atendimento aos clientes. Segundo o levantamento, a maioria dos consumidores tem uma visão positiva da ferramenta, e gosta de utilizá-la para tirar dúvidas. Porém, muitos afirmaram sentir falta do contato humano, e apontaram o problema comum das respostas erradas por parte dos chatbots.
Para a realização da pesquisa, a MindMiners entrevistou 500 pessoas de todas as cinco regiões do país. O levantamento contou principalmente com a participação de pessoas com renda financeira alta e média, ou seja, das classes A, B e C.
- Saiba mais: Vendas online devem crescer 27% na Black Friday 2020.
WhatsApp terá recurso de compras e hospedagem em nuvem
No último dia 22 de outubro, o Facebook anunciou que o WhatsApp terá ferramentas próprias para compras e armazenamento em nuvem.
Com isso, o aplicativo irá permitir que empresas possam vender por meio de uma conexão com o Facebook Shops, plataforma lançada em maio para unificar os aplicativos da companhia nas experiências de compra.
Segundo Matt Idema, vice-presidente de operações do WhatsApp, o recurso de compras será lançado ainda em 2020. Já a ferramenta de hospedagem deve ficar disponível apenas no ano que vem.
A estratégia de incluir a empresa no setor de computação em nuvem tem o objetivo auxiliar as empresas que utilizam o aplicativo para atender seus clientes. Com este serviço, os empreendimento conseguirão armazenar suas mensagens nos servidores do Facebook.
De acordo com Idema, o serviço de hospedagem será oferecido gratuitamente aos usuários. A expectativa da empresa é que com isso novos clientes pagantes sejam atraídos para os seus recursos corporativos, ferramentas que cobram centavos de dólar por cada mensagem enviada.
A base de clientes pagos do WhatsApp é relativamente pequena quando comparada à quantidade de empresas que utilizam o aplicativo. Enquanto algumas dezenas de milhares de empresas utilizam ferramentas pagas, outras dezenas de milhões aproveitam seus recursos gratuitos voltados a pequenos negócios.