O Banco Central divulgou o ranking trimestral de bancos com mais reclamações. Entre as cinco principais instituições financeiras do Brasil, a Caixa Econômica Federal é a que registrou maior índice no terceiro trimestre.
Logo depois da Caixa, que registrou um índice de 49,10 pontos, está o Santander com 34,33 pontos. Na sequência, aparecem o Itaú (32,30) e o Banco do Brasil (27,66). Entre os cinco bancos, o Bradesco é o que tem menor índice de reclamações, 25,76 pontos.
O cálculo feito pelo Banco Central para chegar aos valores de pontuação considera a quantidade de reclamações procedentes que cada instituição recebe no trimestre em proporção à quantidade de clientes que elas têm. Para isso, o BC multiplica o número de reclamações por 1.000.000 e divide pelo total de clientes.
Mas os cinco bancos mais populares do país não ocupam as primeiras posições do ranking. Segundo o índice do BC, entre as instituições financeiras com mais de 4 milhões de clientes, PAN, BMG e Inter são, respectivamente, os três bancos com mais reclamações do Brasil.
Os índices destas três instituições estão bem acima dos demais. O banco PAN ocupa a primeira posição do ranking com 255,33 pontos, seguido pelo BMG com 236,73. Enquanto isso, o Inter fecha a indigesta lista dos três bancos com maior índice de reclamações com 126,38 pontos.
E estas mesmas três instituições também registraram os maiores índices de reclamações nos dois primeiros trimestres de 2020.
No período entre abril e junho, os três bancos repetiram as mesmas posições observadas no ranking recém divulgado. Mas no primeiro trimestre o Inter teve o maior índice de reclamações (163,51 pontos), seguido pelo PAN em segundo (163,38), e o BMG em terceiro (82,07).
10 bancos com mais reclamações
Entre os bancos com mais de 4 milhões de clientes, a lista dos 10 com maior índice de reclamações no terceiro trimestre ficou assim:
- Banco Pan – 255,33 pontos;
- BMG – 236,73;
- Inter – 126,38;
- Caixa – 49,10;
- Santander – 34,33;
- Itaú Unibanco – 32,30;
- Banco do Brasil – 27,66;
- Banrisul – 27,15;
- Bradesco – 25,76;
- Banco CSF – 17,06.
Em relação às reclamações mais frequentes, as três primeiras da lista são, respectivamente, referentes a irregularidades relacionadas a operações de crédito, a operações e serviços disponibilizados em internet banking, e a cartões de crédito.
Reclamações em bancos menores
Os levantamentos trimestrais do Banco Central também levam em conta as instituições financeiras com menos de 4 milhões de clientes. Neste ranking, os índices de reclamações registrados são ainda maiores.
No topo da lista está a Facta Financeira, com 893,56 pontos. Entretanto, cabe destacar que esta é uma das instituições com menos clientes da lista, 101.839. Dessa forma, as 91 reclamações procedentes registradas no período fazem com que o índice seja alto.
Entre as instituições de menor parte, as 10 primeiras posições do ranking ficaram assim:
- Facta Financeira – 893,56;
- Safra – 362,40;
- BNP Paribas – 332,00;
- Máxima – 313,36;
- Banco Digimais – 269,02;
- C6 Bank – 220,48;
- Paraná Banco – 176,42;
- Modal – 119,26;
- Volkswagen – 115,96;
- Daycoval – 115,83.
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Lucro dos bancos cai durante a pandemia
O Banco Central também divulgou nesta quinta-feira (15) o seu Relatório de Estabilidade Financeira. Segundo o levantamento, os bancos lucraram R$ 41 bilhões no primeiro semestre do ano, o que representa uma queda de 32% em relação ao mesmo período de 2019.
Na divisão por trimestres, os lucros das instituições financeiras foram de R$ 22,5 bilhões no primeiro, e de R$ 18,5 bilhões no segundo.
De acordo com o relatório, o principal responsável pela queda do lucro líquido dos bancos foi o aumento das reservas destas instituições para cobrir eventuais prejuízos com calotes, valor que cresceu 80% em comparação ao primeiro semestre do ano passado.
Por conta da pandemia, milhões de brasileiros ficaram sem emprego ou sem renda. Isso levou muitas pessoas a renegociarem empréstimos, pausando o pagamento ou aumentando prazo com redução no valor da parcela.
O Banco Central ressaltou o temor por um possível aumento de calotes de famílias e empresas entre o final deste ano e o início do próximo, quando encerra o prazo de pausa no pagamento de parcelas para quem renegociou empréstimos.
Ainda segundo o relatório, a pandemia fez crescer o desemprego e diminuir a confiança dos consumidores. Por conta disso, aumentou o comprometimento de renda das famílias, que agora se aproxima do nível mais alto já registrado no país, o que ocorreu em 2015.