A startup Take recebeu nesta quarta-feira (7) um investimento de US$ 100 milhões da companhia estadunidense Warburg Pincus. Este é o primeiro aporte externo concedido à empresa de tecnologia e o maior já recebido por uma companhia brasileira durante uma rodada de captação série A, segundo o Crunchbase.
Com o valor, a Take planeja aumentar sua equipe de tecnologia, investir em desenvolvimento de produtos e expandir o negócio para o exterior.
A empresa mineira foi fundada em 1999 e atualmente oferece uma plataforma na qual seus clientes conseguem se relacionar digitalmente com os consumidores via WhatsApp, Messenger, Apple Business Chat ou Google RCS.
Antes de atuar nessa área, a Take teve diferentes modelos de negócio durante seus 20 anos de mercado. A empresa já atuou, por exemplo, com vendas de ringtones e envio de mensagens em massa por SMS.
Com o serviço oferecido atualmente pela startup, sua lista de clientes inclui empresas Itaú, Coca-Cola, Claro e Fiat. Por meio da plataforma Take Blip, os clientes da startup podem utilizar as redes sociais para gerar engajamento, e realizar vendas e atendimentos.
A empresa tem soluções de mensagens com chatbots (mensagens automáticas que interagem com humanos) e softwares de venda. Os serviços da startup são voltados principalmente para empresas de grande porte, pois a monetização é baseada no volume de tráfego na plataforma.
Startup Take Blip é tendência de mercado
A necessidade de adaptação ao ambiente online por parte de muitas empresas durante a pandemia aumentou a demanda por serviços como os oferecidos pela Take. Segundo o CEO Roberto Oliveira, o crescimento da empresa foi acelerado durante a pandemia de Covid-19.
Oliveira afirma que a startup já registrava altas consistentes desde que o Facebook lançou o WhatsApp Business em 2018, mas as mudanças observadas neste ano foram ainda mais positivas para a Take. Isso porque a solução da empresa foi muito útil para as companhias interagirem com seus consumidores pela internet.
Neste período a empresa viu aumentarem seu número de clientes e o volume de mensagens trocadas. Atualmente a Take conta com mais de 750 clientes, e são enviadas mais de 1,5 bilhão de mensagens por meio do sistema.
Além disso, a receita do negócio quintuplicou nos últimos dois anos, e deve duplicar em 2020. Dessa forma, o faturamento recorrente anual da Take deve chegar a US$ 40 milhões (aproximadamente R$ 223 milhões na cotação atual). Para dar conta desse crescimento, a empresa quase dobrou o tamanho da equipe neste ano: eram 300 pessoas em janeiro e são 500 hoje.
O potencial do mercado de mensagens e chatbots
Depois de trabalhar com soluções como vendas de toques de celular e envio de SMS como notificação – serviços que não representaram bons níveis de crescimento para a empresa -, a Take passou a desenvolver sua plataforma de chatbots em 2015.
Para os sócios da startup, toda empresa tem que contar com uma solução de contato inteligente com os clientes. Segundo eles, este é um mercado com 5 milhões de clientes em potencial no Brasil e outras centenas de milhões no mercado mundial.
Por isso a Take planeja aproveitar o aporte da Warburg Pincus para aumentar seus investimentos em tecnologia, vendas e marketing nos próximos meses. Enquanto isso, os planos de expansão internacional ainda estão sendo desenhados e devem demorar um pouco mais.
O objetivo da empresa é chegar ao México e aos Estados Unidos. Mas apesar do CEO afirmar que a equipe tem feito reuniões bem sucedidas com empresas mexicanas, a startup deve esperar o cenário da pandemia ficar estável para começar a pôr os planos em prática.
Em relação aos planos a longo prazo, a empresa mineira tem o objetivo de se tornar um novo WeChat, ou seja, uma solução necessária no mundo todo para que milhões de empresas consigam chegar aos seus clientes.
Oliveira afirma que no Brasil a Take tem a vantagem da onipresença do WhatsApp, mas nos demais países da América Latina e nos Estados Unidos a empresa atua com o Messenger, Google Business Chat e Apple Chat. Segundo ele, a ambição é tornar-se uma empresa global e seguir registrando um crescimento acelerado.