Com a grande crise econômica instituída no ano de 2020, as vendas pelos canais eletrônicos foi a forma que diversas micro e pequenas empresas encontraram para diminuir suas perdas financeiras.
Segundo o levantamento “Impacto da Pandemia de Coronavírus”, realizado pelo Sebrae e pela Fundação Getúlio Vargas, 70% dos pequenos negócios já utilizam ferramentas digitais para aumentar suas vendas. Também segundo a pesquisa, no início das restrições provenientes da pandemia, esse número não passava de 59%.
Os segmentos de energia, construção civil, beleza e educação foram os que mostraram maior crescimento, chegando a números superiores a 20% desde a medição realizada no início da pandemia.
Isso pode ter ficado bastante evidente para os consumidores dessa área que viram crescer as oportunidades de compras nesses setores durante o período de crise. Diversas instituições educacionais passaram a oferecer aulas online, e por isso, reduziram preços de cursos e outros serviços para conquistar novos alunos e não perder os antigos.
Da mesma forma, empresas como as pequenas imobiliárias e outras de construção, passaram a oferecer condições especiais para os clientes que fechassem negócio de forma online.
Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, essas modificações foram primordiais para que essas empresas conseguissem manter competitividade no mercado.
“Com as restrições de abertura e com o isolamento, os pequenos negócios tiveram que inovar e mudar a forma de vender e de divulgar seus produtos e serviços. A internet tem sido uma grande aliada na sobrevivência de inúmeros negócios no país”, afirmou Melles.
WhatsApp, Instagram e Facebook se mostraram as plataformas preferidas para vendas
A pesquisa do Sebrae e da FGV também conseguiu ter acesso aos dados das plataformas digitais mais utilizadas pelos empreendedores.
As mais populares foram o WhatsApp, Instagram e Facebook que demonstraram ótima performance com os clientes que já estão acostumados a utilizar as ferramentas em seu dia a dia.
Ao total, o WhatsApp atingiu a marca de 84% de empresas que o utilizam em suas estratégias de venda. Já o Instagram atingiu 54% e o Facebook 51%.
Outro ponto importante de destaque é que a maior parte dessas empresas acabam utilizando mais de uma ferramenta de vendas. Dessa forma, é comum o uso de duas ou mais redes sociais simultaneamente.
Além das redes sociais, outro canal digital utilizado para o fechamento de vendas, são os e-commerces próprios das empresas. Ainda que essas plataformas exijam valores de investimento e manutenção maior do que as mídias anteriores, negócios que utilizam esse meio atingiram a marca de 23%.
O levantamento também teve acesso aos dados de empresas que utilizam sistemas de gestão profissionais para administrar seus negócios.
As micro e pequenas empresas são as que mais utilizam os suportes gerenciais, somando 55%. Enquanto isso, apenas 25% dos microempreendedores individuais utilizam essas ferramentas.
Isso pode estar atrelado ao fato de que sistemas profissionais de gerenciamento empresarial e de clientes costumam ser serviços pagos. Dessa forma o MEI pode enxergar esse tipo de investimento como uma despesa a mais para o seu pequeno negócio.
Apesar de ser maioria, nem só as micro e pequenas empresas aderiram as vendas por canais digitais
Ainda que a maior porcentagem tenha sido dos micro e pequenos negociantes, grandes empresas também acabaram se rendendo as redes sociais. Para esses negócios, as mídias foram uma forma de não perder vendas durante a pandemia.
O WhatsApp Business se tornou uma constante nas estratégias de vendas de diversos setores pelo Brasil durante as reclusões por distanciamento social.
A Renner, por exemplo, foi uma dessas grandes marcas que montaram canais de atendimento a partir de atendimentos por WhatsApp. Até mesmo algumas joalherias continuaram atendendo clientes por meio dessas plataformas. A Swarovski incluiu até serviços de entregas para que os consumidores não precisam sair de casa e continuassem comprando.
Apesar dos atendimentos por essas plataformas terem surgido apenas como estratégia emergencial, em alguns casos isso deu tão certo que as empresas devem inserir o novo modus operandi permanentemente. A Renner também surge como exemplo disso. A empresa expandiu o modelo para 25 cidades do país e tem planos para em breve realizar esse tipo de atendimento em toda a sua rede de lojas.
Veja também: Pix permite que empresas reduzam custos em transações financeiras