Nessa semana, o iFood iniciou o período de testes para realizar entregas com drones no Brasil. Os testes em Campinas (SP) iniciaram um mês após o delivery receber aval da Agência Nacional Aviação Civil (Anac) para voos experimentais com drones.
O equipamento para as entregas foi projetado pela brasileira Speedbird, primeira empresa latino-americana a desenvolver e operar drones para transporte de produtos e medicamentos. Com 1,5 metro de altura e 1,20 de largura, ele promete levar pedidos de no máximo 2 kg e alcançar velocidades de até 32 km/h. Por conta do limite de peso, é necessário pesar os pacotes antes de acoplá-los ao drone.
Os drones contam com seis motores, dois aparelhos GPS e conexão 4G. Dessa forma, estima-se que entregas que até então levam 12 minutos para serem entregues, sejam realizadas em somente dois minutos.
O equipamento tem autonomia de 30 minutos, e seu trajeto é limitado a um raio de no máximo 5 km do ponto de partida. Também existem algumas restrições sobre o seu uso, como as advertências em relação a tempos chuvosos ou com ventos acima de 50 km/h.
Por questão de segurança, o drone também conta com um paraquedas para evitar acidentes em caso de emergência. No caso do paraquedas ser necessário, o próprio computador interno do equipamento pode fazer a leitura da situação, acionar o dispositivo e parar os motores.
Para a demonstração, o chamado “droneporte” – plataforma para pouso e decolagem criada pelo iFood para possibilitar a entrega – foi utilizado como ponto de partida. De lá, o drone seguiu até um restaurante do shopping de Campinas para receber um pedido feito pelo aplicativo.
Feita a coleta do pedido, o equipamento seguiu com a entrega até um ponto de distribuição onde um motoboy do delivery aguardava para levá-la até o cliente.
Na Holanda, a Domino’s também faz testes
Em junho deste ano, a rede internacional de pizzarias Domino’s também iniciou testes de entregas com drones em praias na Holanda. O objetivo era avaliar as condições de utilização do equipamento para delivery de pizzas em locais de acesso mais difícil.
Mas assim como no Brasil, o uso dos drones para entregas também dependem de uma legislação apropriada para regulação por lá.
Por conta disso, o serviço se limitou a um período de testes, ficando disponível no litoral de Zandvoort, costa noroeste de Amsterdã. Com o programa, os clientes pedem pizzas pelo aplicativo da empresa, e as entregas seguem a localização do usuário, informada via GPS do celular.
Segundo a Domino’s, o serviço pode atender a lugares de acesso mais restrito, como praias e até mesmo clientes que a bordo de barcos no mar ou em lagos. Apesar da rede de pizzarias garantir a realização de entregas em todo o território holandês, a Domino’s acredita que seus serviços de delivery por meio de motos e bicicletas não são suficientes para alcançar 100% das regiões do país.
A empresa não garante nenhuma previsão de quando o delivery por meio de drones poderá ser implantado em maior escala. Afinal, além da já citada necessidade de regulamentação legal para o serviço, também se esperam avanços na tecnologia dos equipamentos.
Planos mais audaciosos
Além da Domino’s e do iFood, a Uber é outra empresa que já realizou testes semelhantes. Mas a empresa não enxerga nos drones uma oportunidade apenas para melhorar o serviço de delivery.
Os planos da Uber incluem o lançamento de um serviço de táxi aéreo urbano, e para isso ela já fechou parceria com uma empresa da Califórnia para lançar este serviço até 2023.
A parceria da Uber é com a Joby Aviation, que fica responsável pela produção dos drones, e os testes já vêm sendo realizados desde 2019 no aeródromo da Joby.
De acordo com a empresa responsável pelo protótipo, ele tem a capacidade de fazer decolagem vertical, voar por aproximadamente 24 quilômetros durante 15 minutos e pousar com segurança.