Segundo a 8ª pesquisa sobre os impactos da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios, realizada pelo Sebrae, 26% dos empreendedores consideram que a pandemia trouxe mudanças importantes para seus negócios.
Essas pesquisas do Sebrae vem sendo realizadas desde o início da crise de saúde mundial, e nessa edição, além da perspectiva citada, 18% dos profissionais acreditam que o pior da situação já passou e 13% disseram que estão animados com as novas oportunidades oferecidas pelo novo cenário do mercado.
Na contramão desses empreendedores esperançosos, 43% revelaram que ainda estão enfrentando grandes dificuldades para manter seus empreendimentos.
Segundo Felipe Chiconato, consultor do Sebrae, um dos maiores aprendizados deixados por 2020 foi a capacidade de reinvenção. Isso porque foram muitas as empresas que precisaram se adaptar para conseguir se manter relevantes perante a crise.
“O empreendedor é responsável pelo resultado que deseja para sua empresa” , afirmou o consultor.
Uma das empreendedoras que acreditam que seu negócio teve ganhos valiosos durante a pandemia foi a proprietária de uma academia em São Paulo, Joice Cristina.
A academia de Joyce teve que ficar sem operações durante quatro meses por conta das restrições impostas pelos órgãos públicos. No entanto, ao invés de se desesperar, a empresária utilizou esse período para ajustar a área administrativa e financeira do negócio.
“Comecei a trabalhar com pró-labore, reduzi meus custos e a academia respirou”, afirmou a empreendedora.
Com um forte apoio dos alunos afastados, Joyce também acabou investindo em novos aparelhos e inovações para seu negócio, e acredita que 2021 será um ano de crescimento em seu faturamento.
Consultor identifica 5 características em comum de quem inovou na crise
O caso da Joyce foi apenas um dos muitos, identificados durante o momento de crise e a maior parte dos empreendedores que conseguiram tirar proveito de alguma forma da pandemia, acreditam que 2021 será um ano positivo para a retomada completa de seus negócios.
Para Felipe Chiconato, entre os empreendedores que conseguiram tirar proveito da crise para inovar seus negócios, existem 5 coisas em comum:
- Ação: esses empreendedores tiveram a iniciativa de aplicar novas ações em seus empreendimentos;
- Riscos Calculados: quem tirou proveito da crise sem dúvidas calculou quais seriam os cenários possíveis da crise. Dessa forma, conseguiram ampliar a visão de quais riscos estavam e quais não estavam dispostos a correr.
- Trabalho em rede: o compartilhamento de experiências, a busca por parcerias e novos contatos foi essencial para o sucesso de diversos empreendimentos. Quem foi em busca de soluções buscando o auxílio de outras pessoas e negócios, conseguir se dar bem no pior momento da pandemia.
- Planejamento: em todos os casos de empreendimentos bem-sucedidos, houve uma ampla avaliação da situação atual do negócio e um planejamento para evidenciar, e mesmo criar, pontos fortes da empresa.
- Inovação: o último ponto identificado pelo consultor foi a inovação. A coragem de inovar e oferecer novas soluções aos clientes foi fator decisivo para o sucesso.
Segundo o consultor do Sebrae, em momentos de crise tão agressivos como o enfrentado no ano passado, é preciso que o empreendedor assuma um papel de protagonismo. Apenas assim é possível buscar soluções que tenham resultados efetivos, necessários a sobrevivência das empresas.
Brasil bateu recorde de novos empreendedores durante a pandemia
Além dos empreendedores que conseguiram vencer a crise, outro dado impressionante identificado na pandemia foi o crescimento de registro de novos empreendimentos.
Segundo o Portal do Empreendedor, responsável pelos cadastros de novos MEI, somente até setembro de 2020, houve um crescimento de quase 15% no número de microempreendedores no país, comparando com o mesmo período de 2019. Isso representa mais de 1,1 milhão de novos empreendimentos.
Esse crescimento está diretamente atrelado a crise econômica agravada no país durante a pandemia. Com inúmeras pessoas perdendo seus empregos, abrir um empreendimento próprio foi a solução encontrada para conseguir manter a renda.
“O desemprego está levando as pessoas a se tornarem empreendedoras. Não por vocação genuína, mas pela necessidade de sobrevivência”, afirmou o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Entre os setores que mais ganharam novos empreendimentos destacam-se os serviços de delivery, marmitarias e alimentação no geral, negócios online, e serviços para Pets. Esse último, aliás, foi um dos negócios mais buscados no Portal do Sebrae em 2020.
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