Para quem é autônomo, conseguir um financiamento pode ser um pouco mais complicado. Isso, porém, não quer dizer que esse seja um benefício vetado a esses empreendedores.
Com algumas dicas é possível driblar os principais empecilhos que podem dificultar o processo de aprovação de financiamento para o profissional.
Hoje em dia no Brasil, é realmente muito difícil quem consegue realizar a compra de bens de alto valor sem a necessidade de realizar um financiamento. Dessa forma, é necessário recorrer aos créditos bancários para conseguir o carro, a casa, a faculdade, entre outras coisas difíceis de serem pagas à vista.
Os processos de liberação de financiamento costumam ser bastante burocráticos, mais ainda para pessoas que não possuem vínculo empregatício. Contudo, não é por isso que o cidadão deve desistir.
A seguir você vai conhecer algumas informações sobre como funciona o financiamento para o autônomo, além de algumas dicas que podem te ajudar a ter essa liberação mais fácil.
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Maneiras de o autônomo comprovar renda para aprovar financiamento
Durante o processo de consulta do solicitante do financiamento, os bancos fazem avaliações completas para medir riscos. O principal ponto dessas avaliações é a consulta de renda, e é por causa dela que muitos autônomos acabam tendo seu financiamento barrado.
O autônomo é aquele profissional que trabalha por conta própria, e em muitos casos esses trabalhos são sua principal fonte de renda.
No entanto, muitos acabam não formalizando seu negócio. Sendo assim, não costumam ter muitos registros de seus faturamentos. Isso dificulta para o banco saber se aquele cliente realmente conseguirá arcar com um empréstimo a longo prazo, como é o caso dos financiamentos.
Mas isso quer dizer então que não há maneiras de o autônomo conseguir provar que pode arcar com um crédito desses?
Não é bem assim. Existem alguns documentos que o profissional autônomo consegue utilizar para comprovar os seus ganhos. Veja a seguir quais são eles.
Decore (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos)
A Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos foi o documento criado em 2000 justamente para facilitar a comprovação de renda de profissionais autônomos, MEI e profissionais liberais.
Essa declaração só pode ser emitida por um contador devidamente habilitado. Dessa forma, as instituições financeiras têm garantias que o documento é autêntico, assim como as informações nele prestadas.
Para emitir a DECORE, o autônomo deve procurar um contador que precisará de uma série de documentos para realizar o levantamento correto da renda do profissional.
Declaração de Imposto de Renda
Essa é uma das maneiras mais utilizadas para comprovar renda, tanto para autônomos quanto para pessoas físicas comuns.
A declaração de imposto de renda registra todos os ganhos e outras informações financeiras e de bens que o cidadão possui. Dessa forma, é um documento bastante completo para a comprovação de renda do profissional autônomo.
RPA (Recibo de Pagamento de Autônomo)
Para o autônomo que costuma emitir o RPA em suas prestações de serviços, é bom saber que esse recibo também pode ajudar a comprovar a renda.
Ele normalmente é utilizado em conjunto com outros itens dessa lista, porém pode ter ainda mais relevância como informação para a emissão do DECORE.
Extrato Bancário
Os extratos bancários são outro tipo de documento válido para a comprovação de renda do autônomo. Isso porque, com eles, a instituição financeira consegue saber qual a média de rendimentos mensal do profissional.
Normalmente, para que esse documento tenha relevância, são solicitados as informações dos últimos seis meses das movimentações do autônomo. São aceitos tanto extratos de conta-corrente, quanto de conta poupança, inclusive em bancos digitais.
Nome sem restrições facilitam o financiamento para o autônomo
Outra parte muito importante da avaliação realizada pelos bancos para a liberação de financiamento para qualquer tipo de pessoa é a consulta aos órgãos de proteção ao crédito como o SPC e Serasa.
É fato que se você, além de ser um autônomo com poucos registros de comprovação de renda, também se encontra inadimplente, é quase impossível que alguma instituição libere o seu financiamento.
Sendo assim, é muito importante honrar com o pagamento de todo e qualquer tipo de crédito. Seja fatura de cartão, pagamentos em lojas, empréstimos de terceiros, enfim. Toda e qualquer dívida que você contraia deve ser paga corretamente para evitar ficar com o nome “sujo”.
Dicas para o seu financiamento como autônomo
Como você percebeu, é possível sim comprovar a renda mesmo sendo um profissional autônomo e conseguir seu financiamento. Porém, se você percebeu que não teria como ter acesso a nenhum dos documentos citados acima, pode ser necessário aguardar mais um tempinho até fazer sua solicitação junto ao banco.
Durante esse período de espera, é muito importante que você busque registrar de todas as maneiras possíveis os seus rendimentos. Para isso, você deve:
- Priorizar os seus recebimentos por meio de conta bancária: sempre que for receber pagamentos, peça para que os seus clientes realizem depósito ou transferência bancária. Caso não seja possível para eles, assim que tiver o dinheiro em mão, faça você mesmo o depósito em sua conta. Assim você constrói um registro formal dos seus ganhos;
- Passe a utilizar o RPA: para todas as suas vendas e prestações de serviço, não deixe de emitir esse recibo, pois ele é mais um registro das suas atividades;
- Abra um MEI: a abertura de um registro MEI proporciona diversas vantagens ao profissional autônomo, inclusive uma facilidade maior na hora de comprovar renda, visto a possibilidade de emissão de notas fiscais. Sendo formalizado, o profissional consegue muitas vantagens com instituições financeiras, inclusive facilidades para conseguir um financiamento.
Além das questões de comprovação de renda, outro ponto que pode te ajudar a ser aprovado na avaliação de financiamento é ter um Score alto.
Score é basicamente um ranking que mostra qual o seu nível de confiabilidade financeira. Quanto mais alto, mais confiável é o cidadão para a disponibilização de crédito.
O Score é alterado positivamente sempre que você paga suas contas em dia e faz compras utilizando o seu CPF.
Dessa forma, é bastante interessante que, sempre que for realizar uma compra, você peça para que o seu CPF seja acrescido na nota fiscal. A utilização de cartão de crédito também ajuda a melhorar o Score, então, se você possui um desses, pode dar preferência para pagamentos com ele.
Mas atenção: qualquer tipo de atraso no pagamento das suas contas (de até mesmo 1 dia após a data de vencimento) pode alterar esse ranking de forma negativa.
Da mesma forma, o parcelamento de faturas do cartão de crédito também pesam negativamente e baixam a pontuação do seu score.
Portanto, muito cuidado com os prazos e para não ultrapassar seus gastos além do que é possível pagar.
Você consegue consultar a situação do seu Score gratuitamente no site da Serasa Experian.
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