O comportamento dos consumidores tem apresentado algumas mudanças durante o período de pandemia. Além de estarem comprando mais pela internet, uma pesquisa do Facebook e da Deloitte constatou que os brasileiros também estão se preocupando com os negócios locais.
De acordo com a pesquisa, 73% das pessoas estão comprando mais de empresas de bairro. Entre elas, quase metade afirma estar preocupada com a sobrevivência destes empreendimentos.
O levantamento reflete a sensibilização dos consumidores com as pequenas empresas, setor mais abalado pela crise causada pelo novo coronavírus. O estímulo ao consumo em empreendimentos locais também tem sido visto em campanhas de conscientização nas redes, e em iniciativas de apoio de grandes empresas a negócios menores.
Essa postura de apoio ao comércio de bairro por parte dos clientes também foi identificada na Pesquisa de Consumo de Ferramentas Digitais. O estudo realizado pelo Facebook e a Deloitte constatou que 73% dos entrevistados passaram a comprar de novas pequenas empresas desde o início da pandemia.
Além disso, 48% destes consumidores afirmaram que a mudança de comportamento se deve à preocupação com a sobrevivência dos empreendimentos e de suas próprias comunidades. 67% dos entrevistados ainda afirmaram que a opção pelos pequenos empreendimentos se deve ao fato de eles contarem com ofertas melhores ou serviços mais ágeis.
Em relação às expectativas para o futuro, 39% dos consumidores pretendem comprar mais de pequenos negócios, sejam eles locais ou não.
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Redes sociais foram fundamentais para a mudança
Outra mudança observável no padrão de consumo durante este período de isolamento social é aumento da relevância da internet para o comércio. Em São Paulo, por exemplo, o e-commerce cresceu em 6 meses o mesmo que em 6 anos.
Mas não é só o crescimento das vendas online que demonstra como o meio digital tem sido determinante. A presença nas redes sociais também vem influenciando os resultados de muitos empreendimentos. Segundo a pesquisa divulgada pelo Estadão PME, 54% dos novos clientes de pequenos empreendimentos afirmaram que descobriram estas empresas por meio de plataformas como o Instagram.
Especialistas acreditam que o aumento na importância da internet para os empreendimentos deve ser uma mudança que veio para ficar. Dessa forma, a presença online torna-se fundamental para comerciantes seguirem no mercado.
Neste cenário, novos empreendimentos surgem para propor soluções a negócios que precisam se adequar às mudanças. Uma dessas iniciativas é a startup brasileira HubLocal, que inclui empresas em mapas online e apresenta crescimento acelerado durante a pandemia. A proposta e o desenvolvimento da empresa colocaram ela entre as semifinalistas do Startup Awards, principal prêmio de startups do país, na categoria “revelação”.
Crescimento do e-commerce também foi observado pelo Facebook
Além da Pesquisa de Consumo de Ferramentas Digitais, o Facebook também divulgou a terceira edição do Relatório do Estado Global das Pequenas Empresas. O levantamento foi realizado em parceria com o Banco Mundial e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A terceira edição do estudo incluiu pelo menos 321 empreendimentos brasileiros, e aponta que para 59% das pequenas e e médias empresas, 25% ou mais das vendas foram via e-commerce. Além disso, para 47% destas empresas as vendas online foram responsáveis por mais da metade de suas receitas.
Por outro lado, vender mais pela internet não tem sido suficiente para muitos destes negócios. Segundo o levantamento, 32% das pequenas e médias empresas que fecharam as portas apontaram os desafios financeiros como o principal motivo. E para o futuro próximo, 48% dos empreendedores entrevistados indicaram preocupação com o fluxo de caixa.
Mas apesar das dificuldades, muitos empreendedores se mantêm otimistas. O diretor de Pequenas Empresas do Facebook na América Latina, Denis Caldeira, ressalta que o otimismo do setor em relação ao futuro oscilou, mas apresenta relativa estabilidade apesar do momento de crise.
De acordo com Denis, 43% das empresas mostravam otimismo na primeira edição do relatório. O índice na segunda edição saltou para 58%, enquanto algumas medidas de reabertura começavam a serem adotadas, e agora caiu para 52%.