Se você está endividado em algum momento vai ter que se preparar para negociar a fatura do cartão de crédito atrasada. E quando essa hora chegar – quanto antes melhor – essas dicas aqui vão te ajudar a pagar menos.
O cartão de crédito é o culpado do endividamento de 66,5% das famílias brasileiras em 2020. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC).
Ainda segundo a pesquisa, de todos os endividados do país, o cartão de crédito é o causador de negativações de 80,5% das famílias em janeiro de 2020.
Se a sua empresa ou seu CPF entrou para essa porcentagem saiba que quanto antes você negociar a fatura do cartão de crédito, melhor. Assim, você evita inflar os 10,6% de endividados por linhas de crédito que já não têm nem mais condições de pagar as dívidas.
Depois destes dados alarmantes o primeiro parece difícil: mantenha a calma. Agora, encare o problema seguindo esse passo a passo que você verá como poderá sair dessa para um score posititivo.
1. Calcule as causas das suas dívidas e o valor total
Analise o extrato de todas as faturas do cartão de crédito que estão em atraso e perceba quais foram os erros. Isto é, onde você gastou mais do que podia.
Ao conhecer as causas do seu déficit financeiro crie estratégias para evitar que eles aconteçam novamente.
Em seguida, anote o montante total da dívida.
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2. Entenda como funciona o seu cartão de crédito
Quem está do outro lado da linha – ou da tela – foi treinado para negociar dívidas. E para você conseguir o melhor do atendente ou do gerente vai precisar entender até onde pode pedir. Afinal, quanto mais argumentos tiver, melhor.
O cartão de crédito gera uma dívida quando uma fatura atrasa. A partir do dia seguinte ao não pagamento o limite gasto fica em débito e é acrescido de juros de atraso + juros rotativo.
É importante que você se informe sobre:
Quando for negociar a fatura do cartão demonstre que tem conhecimento destes dados e proponha valores menores para cada um deles.
3. Negocie sua dívida com a instituição financeira
Você não precisa ir à justiça para quitar dívidas perguntas, como costuma ser o caso dos endividamentos em cartões de crédito.
A forma mais fácil é fazer uma negociação extrajudicial com a agência credora. Em alguns casos os bancos criam sistemas automatizados para que o cliente não precise nem falar comum atendente para fazer a simulação de pagamento da dívida. Verifique como proceder com o contato com a instituição que você contratou.
Uma das primeiras soluções informadas ao cliente é a amortização. Nessa estratégia você deverá pagar a dívida parcelada, acrescido de juros.
Para fechar uma negociação por amortização da dívida é preciso ter certeza que a parcela mensal poderá ser quitada sem novos atrasos.
Outra possibilidade para quitar as dívidas é fazer uma proposta de quitação imediata, usando um recurso que tenha guardado ou fundos de investimentos. Nesse caso, brigue pelo menor juro o possível, partindo a negociação do valor inicial da dívida.
Caso não tenha recursos de imediato e também não queira se comprometer a pagar novas parcelas menais você pode quitar a dívida fazendo pagamentos em pedaços. Por exemplo, um valor fixo do seu 13° salário.
Mas se você realmente não tem mais de onde tirar dinheiro e precisa mais do que nunca pagar suas contas terá que recorrer ao empréstimo.
Não é todo banco que faz empréstimo para negativados. Entretanto, algumas instituições oferecem o serviço com condições de segurança justamente para facilitar a quitação das dívidas. Entre as opções mais populares está o empréstimo consignado.
Neste caso, o valor do empréstimo costuma ser superior à dívida. Dessa forma, o dinheiro emprestado poderá pagar as faturas do cartão de crédito em atraso.
A outra parte, pode ser usada para custear outras dívidas e despesas fundamentais para dar continuidade ao funcionamento da empresa.
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4. Só negocie quando não tiver mais dúvidas
Antes de fechar a negociação tire todas as dúvidas com a instituição e se certifique de que poderá ter acesso a documentos comprobatórios ou áudios das conversas salvos para cobrar o banco caso algo saia diferente do combinado.
Aqui está algumas perguntas que são importantes confirmar ao longo da negociação:
- Quanto eu vou pagar por essa negociação?
- Quais valores do IOF irão incidir sobre as diferentes opções de quitação da dívida?
- Eu tenho condições de cumprir com o combinado?
- Quanto de desconto me foi dado na negociação?
- O que acontece se eu não conseguir cumprir com o combinado na negociação?
Caso ainda tenha dúvidas durante a conversa, peça para pensar e retorne após checar com um especialista se o acordo vale a pena.
5. Procure um especialista
Quando a situação financeira da empresa é urgente o melhor a se fazer é contratar um especialista em consultoria financeira ou analistas para te ajudar na organização das contas e pagamento das dívidas de maneira mais conveniente.
Algumas instituições como a Universidade de São Paulo (USP) e o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas) oferecem o serviço de consultoria financeira gratuitamente.
Se suspeitar que a instituição financeira que você contratou está sendo abusiva ou transgredindo alguma lei entre em contato com o Programa de Defesa do Consumidor (Procon) da sua cidade para pedir assistência jurídica e, se for o caso, conduzir a conversa para uma negociação judicial.
Use o Código do Consumidor para negociação de dívidas
OCódigo do Consumidor é um grande aliado na hora de negociar com empresas, principalmente no caso de dívidas.
Aqui estão alguns trechos da lei que é importante tomar conhecimento antes de fazer o contato:
Por último, é sempre e bom saber que caso o seu nome ou da sua empresa esteja incluído na lista de negativados pelos órgãos de proteção ao crédito, a agência credora tem a obrigação de limpar o seu nome a partir da PRIMEIRA parcela de negociação quitada – e não a última!