Poucas bebidas despertam tanta paixão quanto o vinho. Afinal, quem gosta de degustá-lo gosta pra valer. Tanto que foi justamente este amor pela bebida, junto de uma mente empreendedora frente às necessidades, que permitiu nascer o negócio com vinho do case de hoje.
Criada em Curitiba, a Lilith Bebidas nasceu como muitos outros negócios: na internet. Mas, com um marketing bem feito e focado na criação de comunidade, ela se destacou e chegou muito mais longe do que o idealizado inicialmente.
Por isso, vamos acompanhar essa jornada de sucesso no mercado de vinhos e avaliar porque tem sido tão promissor no Brasil nos últimos anos.
Harmonizando as oportunidades
A curitibana Michelle Meschino jamais imaginou para onde caminharia sua empresa quando criou um e-commerce com foco na bebida.
Apaixonada por vinhos, assim como muitos brasileiros, ela encarava a degustação apenas como hobby. No entanto, a expertise conquistada na rotina logo abriu margem para oportunidade.
Assim como muitos, Michelle precisou buscar novas fontes de renda durante a crise provocada pela pandemia de COVID-19. Após muita pesquisa, ela encontrou no vinho um mercado promissor, com crescimento constante e público cativo.
Unindo o amor pela bebida com muita estratégia, ela decidiu não concorrer nacionalmente com empresas já consolidadas e se concentrou no seu quintal. Dessa maneira, nasceu a Lilith Bebidas, um e-commerce de vinhos com foco em Curitiba e região que prometia entrega em até 3 horas após a compra.
O sucesso foi imediato, com dezenas de pedidos por dia e a rápida formação de uma comunidade fiel. Tanto que chegou um momento que apenas o online não foi o suficiente.
Do sucesso no e-commerce à loja física
Foi neste momento que Michelle decidiu fazer o caminho para o tradicional, e abriu uma loja física. Com sede em uma galeria em Curitiba, a Lilith Bebidas serve como loja de vinhos e espaço para degustação, sendo muito mais que uma loja, mas também um ponto de encontro para apreciadores da bebida.
Lá ela vende cerca de 40 rótulos, nacionais e importados, dando aos clientes a oportunidade de degustar antes da compra. Ela também disponibiliza mesas para tornar a experiência mais confortável, e uma decoração moderna e vistosa.
Mas não para por aí. Com foco em fortalecer a comunidade criada, e especialmente o empreendedorismo feminino, Michelle se uniu a outras empreendedoras.
Com isso, ela formou parcerias com comerciantes locais de pães e geleias. Ao oferecer os produtos junto de seus vinhos, a fim de harmonizar com a bebida, seu faturamento aumentou 10%.
Mas vai muito além disso. Com um modelo de negócio mais encorpado e uma comunidade forte e em crescimento, Michelle se tornou referência para muitas mulheres que buscam empreender, ou simplesmente degustar um bom vinho no final de semana.
Hoje a Lilith Bebidas fatura por volta de R$ 15 mil por mês, aliando o online ao físico com muito sucesso e sabor.
O panorama de negócio com vinho no Brasil
A história da Michelle e da Lilith Bebidas abre nossos olhos para este mercado que muitas vezes parece exclusivo. No entanto, não poderia ser mais diferente. O vinho sempre foi uma bebida popular que ganha cada vez mais destaque no mercado de alimentos.
O Brasil é um dos principais mercados consumidores de vinho na América Latina, tanto pelo seu volume populacional quanto pela mudança dos hábitos de consumo durante a pandemia.
Nos últimos anos, o consumo per capita de vinho aumentou consistentemente, demonstrando o interesse crescente dos brasileiros pela bebida. Além disso, a variedade de vinhos disponíveis no mercado nacional também tem se expandido, atendendo a diferentes perfis de consumidores e faixas de preço.
Segundo pesquisa da Wine Intelligence, consultora inglesa, 51 milhões de brasileiros bebem vinho pelo menos uma vez por mês. Isto representa 36% da nossa população adulta, um número expressivo.
A pesquisa revela também o aumento expressivo na quantidade de vinho consumida em nosso país. Em 2018, o consumo per capita era de 1,93 litro. Este chegou a incríveis 2,8 litros em 2020, e hoje senta em 2,5 litros.
Assim, ela mostra a força da bebida e sua capilaridade nas diversas camadas sociais. Uma vez que existem rótulos diversos, com sabores diferentes e valores ainda mais variados, é inegável que há um negócio com vinho ideal para todos – seja para comprar ou vender.
