O Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, começa a operar a partir de novembro, mas está em fase de cadastramentos desde o início de outubro. E enquanto o sistema segue sendo preparado para entrar em operação, 762 instituições já foram aprovadas pelo BC a ofertarem o Pix.
Entre estas instituições, estão bancos, financeiras, instituições de pagamentos, fintechs e outras empresas. Duas semanas atrás, o número de instituições habilitadas estava em 677.
Mas de acordo com o BC, as adesões de instituições que irão ofertar o serviço do Pix a partir da sua data de lançamento já estão encerradas. O processo terminou no último dia 16, quando foram concluídas as etapas cadastral e homologatória.
Segundo o Banco Central, as instituições que já foram aprovadas para oferecer os serviços do Pix concluíram com sucesso todos os testes exigidos. Com isso, estão prontas para ofertar o novo sistema de pagamentos de forma segura e conforme os requisitos definidos pelo BC.
A quantidade e a diversidade das instituições que estão aptas a ofertar o Pix reforçam o caráter aberto e universal do arranjo de pagamento, evidenciam a grande competitividade que o Pix traz ao mercado e demonstram o forte engajamento dos diversos agentes para a adoção do Pix”, declarou o BC.
Reabertura do processo acontece em dezembro
Apesar do encerramento do processo de adesão de instituições no último dia 16, o Banco Central informa que ele será reaberto permanentemente a partir do dia 1º de dezembro.
Mas o cadastramento de chaves de usuários do Pix, seja para pessoas físicas ou jurídicas, é um processo diferente e segue aberto. Segundo o BC, foram cadastradas 42.205.663 chaves até segunda-feira (19), quase 20 milhões a mais do que o número registrado na primeira semana.
De acordo com uma pesquisa da equipe de Inteligência de Mercado da Globo, o sistema deve aumentar a competição entre os bancos. Como os serviços devem estar disponíveis em todos os bancos que atuam no mercado brasileiro, muitas pessoas se mostram interessadas em mudar de instituição.
Segundo a pesquisa, se todos os bancos ofertarem os mesmos benefícios listados, como isenção de tarifas e disponibilidade 24h por dia e 7 dias por semana, 46% dos entrevistados têm intenção muito alta/alta de trocar de banco. Enquanto isso, 38% responderam que será indiferente, e para 16% a probabilidade é muito baixa/baixa.
Com isso, especialistas apontam que a tendência é que os bancos tenham que se esforçar para manter seus clientes. Outra mudança que pode ser observada é uma intensificação no trabalho de fomento a desbancarizados, com criação de novos atributos para atender às necessidades deste público.
Supermercados devem se beneficiar com o Pix
Um dos setores que tendem a ter vantagem com a adoção do Pix é o de supermercados. Isso porque além da agilidade, o sistema tem custo menor para os varejistas, e também oferece mais segurança nas transações.
Para Mayara Yano, assessora de mercado financeiro do Banco Central, são várias as razões para o Pix ser vantajoso para os varejistas.
Com o Pix, não precisa lidar com troco, o que ajuda na questão de dinheiro no cofre. Toda a transação é feita numa rede de sistema financeiro nacional, com mecanismos específicos antifraude”, apontou Yano durante o durante o evento Grocery&Drinks.
Além dos pontos destacados por Yano, o Pix também irá permitir a realização de pagamentos por meio de códigos QR com autenticação diretamente pelo celular. Com isso, a operação pode ser realizada com maior segurança para os clientes.
Outra vantagem é o fato do pagamento instantâneo evitar um risco para o comércio, que é o de separar a mercadoria e perder a compra se o cliente não pagar. Yano destaca que quando os pagamentos são feitos por meio de boleto bancário, esta é uma falha comum nas transações.
Entretanto, no caso do comércio eletrônico esta confirmação é imediata, de modo que o produto já pode ser despachado. Além disso, na questão das devoluções, elas podem ser iniciadas pelo próprio supermercado, facilitando o processo.