Em relatório da Brand Finance divulgado na semana passada, a Natura foi eleita a marca de cosméticos mais forte do mundo, considerando seu desempenho econômico, valor e potencial.
A conclusão foi tomada a partir da avaliação de fatores como reconhecimento de clientes, investimentos em marketing e reputação corporativa. Entre 100 marcas avaliadas nesses quesitos, a Natura atingiu uma pontuação de 86.7 ficando à frente de marcas como Dove, Johnson’s e Rejoice.
Apesar de ser considerada a mais forte do setor, a empresa não é a mais valiosa, sendo esse título da gigante L’Óreal. Apesar disso, a Natura aparece na lista das 50 mais valiosas do mundo, sendo avaliada em 1,7 bilhão de dólares após ter um crescimento de 19% no último ano.
Confira também:
Natura é eleita empresa mais inovadora do Brasil em 2020
Outras marcas do grupo Natura & Co também foram listadas, entre elas a Avon (excluindo a operação norte-americana da marca) e a The Body Shop.
A participação da The Body Shop na lista é inédita e a marca foi enquadrada como a 49ª marca mais valiosa do mundo, estando avaliada em 775 milhões de dólares. A Natura & Co, aliás, informou, em fala para a revista Exame, que pretende lançar a marca no mercado Chinês, inclusive com uma unidade de produção no país, desde que a empresa possa continuar respeitando sua ética de não testar em animais.
“A Natura é percebida como uma marca extremamente forte no Brasil e na América do Sul e, embora seja menos conhecida fora da região, seu propósito internacional será favorecido pelo aumento da popularidade de produtos naturais. Além disso, é sustentada pelo sucesso de sua controladora Natura & Co – proprietária da Aesop, The Body Shop e Avon — que pontua bem em toda as medidas de marca, incluindo governança, sustentabilidade e apelo para atrair talentos”, relata a justificativa da Brand Finance.
Veja também
Consumidores passaram a valorizar mais as marcas com presença digital
No mundo contemporâneo, quem não está no Google “não existe”. Essa afirmação é tão certeira que os consumidores consideram que o fator mais importante para uma marca atualmente é ter uma ampla presença digital, além de ótimas ferramentas de e-commerce. Esse, aliás, foi um dos fatores para considerar a Natura a marca de cosméticos mais forte do mundo.
A nova percepção dos consumidores foi notada também por um levantamento da Brand Finance que percebeu que, de um ano para o outro, as prioridades de consumo mudaram muito.
Até 2020, em primeiro lugar de importância para os consumidores de uma marca, aparecia o fator sustentabilidade, que em 2021 caiu para a 6ª posição. A partir desse ano, os clientes estão mais preocupados com o contato online com suas marcas preferidas.
Além desse, o segundo e terceiro pontos mais lembrados foram em relação à transparência de marca. Com um modelo de vida com menos saídas e mais compras online, as pessoas passaram a pesquisar mais sobre as marcas que consomem. Com isso, estão mais de olho que nunca nas ações de cada uma e podem escolher as que têm mais a ver com seu estilo de vida.
Os ingredientes que compõe seus produtos também obtiveram relevância no fator transparência. Os consumidores se mostram cada vez mais preocupados em saber exatamente aquilo que estão colocando na pele — e no seu organismo em geral. Não a toa há projeções animadoras para as empresas de produtos naturais nos próximos anos.
Setor da beleza sofreu um recuo de 9% no ano da pandemia
Com um maior interesse pelo fator saúde no ano de 2020, as 50 maiores empresas de cosméticos do mundo viram seu valor agregado reduzir em 9%.
Segundo os dados da Brand Finance, as maiores perdas foram vistas nas categorias de maquiagem. A Clinique, uma das maiores fabricantes de produtos dessa categoria, sofreu um recuo de mais de 19% em relação ao ano de 2019.
A justificativa para a queda tão grande foi o isolamento social. Com a impossibilidade de sair de casa, as bases, rímel e, principalmente, o batom, passaram a ser considerados itens quase irrelevantes, aparecendo apenas em situações de reuniões virtuais e lives.
As marcas que conseguiram mostrar bom desempenho durante a pandemia foram aquelas com produtos de conforto. A Havaianas, por exemplo, viu a sua Alpargatas ser eleita o calçado oficial da pandemia devido ao conforto e versatilidade do modelo.
Fonte: Exame