O Google está planejando o desenvolvimento de um canal de vendas no YouTube para concorrer com empresas como Amazon e Alibaba. A proposta é que os usuários tenham a opção de comprarem produtos no mesmo ambiente em que assistirem vídeos sobre eles.
Segundo informações divulgadas pela Bloomberg, o Google pretende fazer com que o site seja um novo canal de vendas da empresa. A informação foi confirmada por um porta-voz do YouTube que afirmou à Bloomberg que os testes têm sido realizados com uma quantidade restrita de canais.
A reportagem informou que a estratégia da empresa é usar os vídeos sobre produtos como uma espécie de catálogo, de forma que os consumidores possam não apenas ter acesso às informações, mas também fazer a compra diretamente pelo YouTube.
Para conseguir identificar qual produto está em destaque em determinado vídeo, a plataforma pede que os próprios criadores de conteúdo sinalizem isso nas configurações. Após esse procedimento, o Google faz a integração dos dados com suas demais ferramentas.
De acordo com a Bloomberg, a empresa vem testando desde o ano passado uma integração do YouTube com a plataforma de e-commerce Shopify. A ideia desta iniciativa é que donos de canais possam mostrar até 12 produtos nas descrições dos vídeos.
A expansão do YouTube como um canal de vendas também daria ao site uma nova fonte de receita, pois a tendência é que ele fique com parte do faturamento gerado pelas transações. Só não se sabe ainda a forma de remuneração para produtores de vídeos que usarem a nova funcionalidade.
- Veja também: Prime Day quer liquidar concorrentes locais da Amazon.
Outras redes sociais já investiram em e-commerce
Se confirmada, a iniciativa do YouTube não será a primeira investida de uma rede social em plataformas de vendas online.
O Facebook, por exemplo, lançou no último mês de maio o “Facebook Shops”, disponível também no Instagram e no WhatsApp. Assim como na proposta do projeto para o YouTube, a ferramenta permite que empresas criem catálogos de produtos e finalizem pagamentos.
Além disso, a rede social também anunciou recentemente o Facebook Business Suite, uma interface de negócios que integra Instagram e Messenger. Com o aplicativo, empreendedores conseguem gerenciar publicações e reunir todas as mensagens recebidas pelo direct do Instagram e pelo Messenger.
Outra ferramenta disponível no mercado é o Whatsapp Business, que permite gerenciar diversas tarefas comerciais de um negócio, desde a rede de contatos até reuniões. O aplicativo ainda permite a criação de uma espécie de homepage para a empresa, com informações de contato, horário de funcionamento e endereço, por exemplo.
Todas estas iniciativas demonstram o crescimento da relevância do ambiente digital para as empresas, principalmente após a pandemia mudar o comportamento de muitos consumidores.
Pesquisa mostra a importância da internet para o varejo
Para tentar entender melhor como está o cenário atual dos canais de venda do varejo no Brasil, a JET e o E-Commerce Brasil organizaram uma pesquisa sobre o assunto.
As entrevistas foram realizadas entre maio e junho de 2020 e confirmaram a importância de diversificar os canais de venda.
Entre as empresas consultadas, somente 19,5% afirmaram que ainda não atuam com e-commerce. Do grupo de empresas que contam com a opção de vendas pela internet, a maior parte já oferece este serviço há mais de um ano.
Além disso, a diversificação de canais digitais também foi destacada pelo levantamento, pois as vendas acontecem por diversos meios diferentes. Entre eles, estão plataformas próprias de e-commerce, marketplaces variados, redes sociais e até mesmo televendas.
Os principais canais de venda apontados na pesquisa revelam um cenário bastante equilibrado. As lojas físicas ainda lideram o ranking, sendo o principal meio para 27,7% dos entrevistados. Na sequência aparecem e-commerce próprio (21,5%), marketplaces (21,5%), e WhatsApp (12,5%).
Sobre a questão da comunicação com o cliente, o WhatsApp é utilizado por 82,2% dos entrevistados. O aplicativo é usado por 52% dos empreendedores que têm loja física, e 35% daqueles que possuem e-commerce.
As redes sociais, de modo geral, foram citadas por 78,1% dos entrevistados, e em seguida apareceram também e-mail (65%), telefone (61,3%), e chat (37%).
Segundo o CMO da JET e líder do Comitê de E-commerce da Associação Brasileira dos Agentes Digitais (Abradi), Gustavo Chapchap, a pesquisa confirmou que a ominicanalidade já é uma realidade para o mercado brasileiro.