Primeira semana do Pix tem quase 25 milhões de chaves cadastradas

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Logo na sua primeira semana de cadastramento, o Pix teve 24, 8 milhões de chaves registradas pelo Banco Central. Os registros começaram no último dia 5 de outubro, segunda-feira, quando mais 3 milhões de chaves foram cadastradas, o que foi considerado um sucesso pelo BC.

O segundo dia de registros fechou com 10 milhões de chaves cadastradas, e os dois dias seguintes com 16,6 e 21,1 milhões, respectivamente. Cada pessoa física tem o direito de cadastrar até cinco chaves de acesso por conta da qual ela for titular. Enquanto isso, o limite para pessoas jurídicas é de 20 chaves.

Este período inicial tem sido apenas para cadastramentos, e o sistema Pix deve ser lançado somente em 16 de novembro. As chaves de acesso não serão obrigatórias para o uso do sistema, mas o Banco Central recomenda o cadastro para facilitar as operações.

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Apesar deste período específico para registros, eles poderão ser feitos quando os correntistas quiserem, inclusive depois do lançamento do sistema.

As chaves de acesso funcionam como uma espécie de endereço das contas Pix, identificando os usuários dentro do sistema. A proposta é acelerar os processos de pagamentos e transferências ao exigir um número menor de informações do cliente que receberá os recursos.

Este é um dos principais fatores que fazem do Pix uma promessa de revolução nas operações financeiras no Brasil. Isso porque com as TEDs, por exemplo, são exigidos diversos dados do beneficiário, como agência, conta, CPF e nome completo.

Além disso, as transações do Pix poderão ser feitas 24 horas por dia e em qualquer dia da semana, sendo gratuitas para MEIs e pessoas físicas.

Metade dos brasileiros não depende mais de bancos para pagar contas

Segundo um levantamento realizado pela consultoria Consumoteca, 48% dos consumidores brasileiros não precisam de um banco para fazer o pagamento de boletos.

O índice é maior entre os consumidores da chamada “geração X”, que têm entre 40 a 54 anos. Para 50% deste público, os bancos não são mais necessários para pagar contas. Enquanto isso, entre os millenials (25 a 39 anos) e a geração Z (18 a 24 anos), essa percepção de independência foi demonstrada por 47% dos entrevistados.

O antropólogo Michel Alcoforado é sócio da Consumoteca, e para ele o estudo mostra que o consumidor está disposto a fazer transações financeiras sem ficar dependente de um banco para isso.

E esse é um movimento que tende a se intensificar ainda mais com a chegada do Pix, uma vez que o novo sistema vai desmaterializar a fronteira do que é ou não uma instituição financeira”, ressaltou o antropólogo em entrevista à Folha de São Paulo.

Entretanto, quando o assunto é transferência de dinheiro, os consumidores demonstraram maior receio. De acordo com a pesquisa, apenas 38% dos entrevistados não dependem de um banco para fazer transferências.

Número de cadastros no Pix podem indicar sucesso do programa

Entre os especialistas que defendem que a primeira semana de registros no Pix parece ser um sucesso está Alex Agostini, economista-chefe da agência classificadora de risco de crédito Austin Rating.

Segundo Agostini, os brasileiros tendem a ser bem receptivos às mudanças tecnológicas, principalmente na questão do mobile. O economista ainda ressalta que esta é uma mudança de comportamento da sociedade global, não apenas brasileira.

Além disso, especialistas apontam que a grande adesão ao Pix ainda pode indicar que o Open Banking, iniciativa do Banco Central que deve entrar em funcionamento após o Pix, também será bem aceito pelos brasileiros.

Com este novo sistema será possível compartilhar informações dos clientes dos bancos, de modo que o BC acredita que cada pessoa consiga acessar serviços com as melhores taxas e prazos. O objetivo do projeto é estimular a competição entre bancos e fintechs. O Banco Central acredita que ao disponibilizar mais informações as instituições devem oferecer condições melhores aos clientes.

Mas especialistas destacam que para o sistema ser bem aceito pela sociedade, ele deverá ser bastante esclarecido. Nesse caso, é fundamental que o consumidor entenda que ele precisa autorizar o compartilhamento dos seus dados. Afinal, muitos acreditam que este procedimento se dará de forma banalizada.

Para o economista Gilmar Lima, o open banking é uma espécie de etapa final do processo de abertura do mercado bancário que a agenda do Banco Central vem tentando promover.

Felipe MatozoJornalista, ex-repórter do Jornal e Canal "O Repórter" e ator profissional licenciado pelo SATED/PR. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
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