A pandemia parece ter desenvolvido um novo senso de possibilidades de trabalho em pessoas e empresas. A comodidade do trabalho home office conquistou muita gente que percebeu os benefícios dessa prática.
Um estudo realizado pela Salesforce em onze países, incluindo o Brasil, revelou que 52% dos trabalhadores em Home Office aceitariam trocar de emprego para manter a nova forma de trabalho.
Esse resultado esbarra no fato de que, apesar dos esforços, nem todos os serviços recebem o investimento tecnológico necessário das empresas para funcionarem de forma satisfatória por meios remotos. Isso faz com que uma parcela considerável da população pense em migrar para negócios que lhes permitam continuar nos moldes do home office.
Mesmo os trabalhadores que encontram alguma barreira de capacitação, demonstram interesse em adquirir conhecimentos que possibilitem a prática do trabalho remoto. Ao menos foi o que demonstrou outro dado levantado pela pesquisa. Segundo ela, entre os entrevistados, 87% demonstrou interesse em ter acesso a treinamentos online gratuitos.
O gerente da Salesforce no Brasil, Fábio Costa, acredita que esse interesse maior em trabalhar de casa provém das percepções mais positivas que esse modelo demonstrou durante a crise.
Os profissionais não têm mais medo de serem julgados negativamente em função de trabalhar de forma remota e o home office passa a ser uma nova alternativa”, afirmou o gerente.
Empresas se esforçaram para adaptarem seus novos meios de trabalho
O esforço das empresas em se adaptar a nova realidade e necessidade digital também pode ser contabilizado na pesquisa. O estudo apontou que 57% dos profissionais contratados puderam continuar com seus trabalhos de forma remota pelos meios oferecidos pelas companhias.
Esse esforço demonstrou uma grande preocupação desses negócios em evoluírem inserindo seus modelos de trabalho no mundo digital. Para Costa, essas atitudes garantem para as empresas que adotaram as novas tendências, que elas continuam competitivas no mercado moderno. Investir na formação tecnológica de seus funcionários e aplicar novas formas de trabalho é o futuro e não há como fugir disso.
Diminuição das desigualdades devem persistir mesmo com os novos modelos de trabalho
A mesma pesquisa da Salesforce levantou que, apesar de os novos modelos de trabalho serem realidade e desejo de muitas pessoas, a percepção do brasileiro em relação à melhora das desigualdades sociais relacionadas ao emprego são negativas.
Mesmo empregados, 81% dos entrevistados brasileiros não acreditam em um cenário socialmente igualitário no país e 89%, que haja uma melhora na desigualdade de renda das pessoas.
As entrevistas também apontaram que a maioria dos trabalhadores (70%) acredita que essas melhoras sociais globais deveriam ser de responsabilidade das empresas.
O Brasil é o que apresenta o segundo maior índice de expectativa nas ações das organizações para diminuir o cenário de desigualdades mundiais.
Ao todo, 82% da população acredita que as empresas são as maiores responsáveis pela construção de um futuro mais igualitário. A confiança nos governos para assumir essa tarefa é desacreditada pela maioria.
Essa crença nas empresas pode estar relacionada ao fato de que essas companhias são muito mais suscetíveis as cobranças da população. Isso difere muito da realidade de cobranças realizadas aos governos. Sendo assim, com o aumento do apelo da sociedade por formas de trabalho mais dignas e maiores ações sustentáveis por parte das marcas, essa confiança tem razões para existir.
SindiTelebrasil prevê maior economia com trabalho home office
O cenário de desigualdade mundial não parecer ser otimista para a maioria dos brasileiros. Porém, a retenção de faturamento pode ser maior com o trabalho home office. Ao menos, é isso que apontou uma pesquisa realizada pela SidiTelebrasil.
Segundo o estudo realizado pelo sindicato, a economia com transporte, roupas de trabalho e alimentação, podem representar uma economia de até 8% nas despesas das famílias brasileiras todos os meses.
Os resultados foram levantados com base nos dados do IBGE. O índice também demonstrou que, entre os meses de agosto e setembro 10% da população brasileira estava trabalhando de forma remota.
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