A Heineken surpreendeu negativamente seus investidores ao apresentar uma previsão de lucro para 2024 abaixo das expectativas dos analistas financeiros. A companhia de cerveja atribuiu essa revisão de perspectivas à incerteza geopolítica e econômica, fatores que afetaram negativamente o valor de suas ações.
Os analistas previam um crescimento orgânico de 9,9% no lucro operacional da Heineken para o ano de 2024. Entretanto, a empresa anunciou que, devido ao cenário volátil atual, o crescimento real pode ficar apenas na faixa de um dígito, variando entre baixo e alto. Essa notícia decepcionante trouxe imediatamente uma queda no preço das ações da companhia.
Já havia sido apontado pela Heineken anteriormente um alerta quanto à potencial afetação da demanda em diferentes mercados, tornando evidente a necessidade de atenção redobrada em um ambiente econômico desfavorável.
Essa previsão agora se concretizou através de ajustes de preços realizados pela empresa em 2023, visando combater o aumento dos custos de produção. Porém, essas estratégias resultaram em uma queda de 4,7% nas vendas orgânicas.
A queda nas vendas foi especialmente notável em mercados chave como o Vietnã e a Nigéria, países que passaram por turbulências econômicas e políticas significativas.
Por outro lado, o Brasil se destacou como uma exceção positiva para a Heineken. O país registrou um crescimento robusto, com um aumento de dois dígitos na receita, impulsionado pela concentração em produtos premium, ajustes de preços e maior volume de vendas. Esses fatores foram cruciais para equilibrar as quedas observadas nos Estados Unidos e no México.
O relatório financeiro da Heineken também mencionou a importância dos ativos tributários diferidos, totalizando 661 milhões de euros, que não haviam sido anteriormente reconhecidos no Brasil, como elementos de mitigação das pressões sobre as despesas do lucro operacional.
Apesar desses pontos positivos, a Heineken se prepara para enfrentar um cenário tributário mais desafiador no Brasil em 2024. A empresa estima um aumento significativo do índice de imposto efetivo, subindo para cerca de 29%, comparado aos 26,8% registrados em 2023, devido a mudanças na legislação tributária.