Novos nichos de mercado surgem por conta da pandemia

Com a pandemia do novo coronavírus, uma série de demandas específicas foram observadas na tentativa de se adaptar às mudanças provocadas. O mais óbvio entre estes comportamentos é o combate ao vírus, o que influenciou o surgimento de novos nichos de mercado.

Nesse cenário, empresas e startups oferecem soluções a partir de diferentes mercados, apostando em sucessos que permaneçam mesmo após o lançamento de uma vacina. Isso porque estes empreendedores acreditam que o público está mais consciente com os cuidados com a saúde e deve manter alguns hábitos após a pandemia.

Entre as recentes novidades está uma série de produtos munidos de materiais ou soluções que evitam contaminação. Alguns executivos acreditam que caso se mostrem competitivos, estes produtos podem se manter no mercado no pós-pandemia.

Novos nichos de mercado

Entre os exemplos de iniciativas nesse sentido estão os tecidos com acabamento antiviral e antibacteriano produzidos em uma parceria entre a Companhia Industrial Cataguases (MG) e a Dalila Têxtil (SC).

As malhas funcionais da Dalila começaram a serem comercializadas em abril, e hoje representam 20% da produção da empresa. Enquanto isso, na Cataguases a distribuição começou em agosto e deve constituir de 10% a 15% da produção mensal da companhia até o fim do ano. O tecido já foi testado por quatro laboratórios, e até o momento garante proteção por pelo menos 50 lavagens.

Uma das principais redes de lojas do setor de moda do país já aderiu ao comércio voltado a este nicho. Desde o início de setembro, a C&A está vendendo uma nova coleção de camisetas produzidas com malhas antivirais em lojas e no site. Mas de acordo com representantes da rede a intenção é usar o tecido também em outros produtos.

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1. Caixa antiviral

BOX UVC

Em São Paulo, outro produto de combate à Covid-19 com potencial de continuar sendo utilizado após a pandemia também chamou a atenção no Café Journal, em Moema. Trata-se do BOX UV-C, uma caixa que lembra um micro-ondas e utiliza de uma luz ultravioleta para eliminar vírus, germes, fungos e bactérias presentes em itens como celulares, chaves e carteiras.

Além dos itens de clientes, embalagens de produtos que serão entregues por meio de delivery também são esterilizados pela caixa. O equipamento foi desenvolvido pela pela Pop Up Live, startup criada por executivos que trabalhavam com eventos e sofreram quedas no movimento por conta da pandemia.

De acordo com os desenvolvedores, a caixa é fácil de usar e elimina até 99,99% dos microrganismos e atende às especificações da Anvisa. O valor do equipamento é R$ 4,1 mil e também está sendo usada por condomínios.

2. Sacos de lixo

Embalixo

A Embalixo desenvolveu sacos de lixo que são capazes de neutralizar vírus e bactérias e já estão à venda em diversos supermercados. A empresa produz embalagens para lixo há 17 anos, e durante a pandemia criou Embalixo Antivírus, que tem eficácia atestada pela Unicamp.

Rafael Costa, diretor comercial da Embalixo, afirma que o desenvolvimento de material inovador não é novidade na empresa. Segundo ele, a companhia é responsável pelo primeiro saco vegano do mundo, e também já oferecia outras soluções exclusivas, como a embalagem feita de planta com tecnologia que captura a emissão de gás carbônico.

A produção da Embalixo é de 800 toneladas de sacos plásticos por mês. Destes, 10% são da linha antiviral, índice que segundo Costa deve chegar a 25% nos próximos meses.

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Outras iniciativas de empreendedorismo

Da França, está sendo importado pela DeVant Care um aparelho para facilitar a biodesinfecção de áreas hospitalares, especialidade da empresa. Ao aparelho será acoplado um frasco com solução de peróxido de hidrogênio com prata para espalhar vapor seco.

Enquanto isso, em Minas Gerais está sendo produzido um aparelho para descontaminação de ambientes pequenos chamado SterBox. O equipamento é fabricado pela O2Led Illumination, e tem como público-alvo táxis e carros de aplicativo. Custando R$ 398, ele funciona com uma saída USB, faz a esterilização de todo o ambiente e pode ter uso doméstico.

De volta ao ramo de tecidos, a ChromaLíquido é uma empresa que fornece capas para bancos e balaústres com proteção antiviral. A partir de outubro, a empresa começa a vender capas para automóveis em lojas de autopeças e concessionárias.

No currículo, a ChromaLíquido traz o fato de ter colocado capas em bancos do estádio do Corinthians, e a recente parceria com empresas para a confecção de uniformes. Além disso, a empresa ainda aguarda chamamento para oferecer a solução desenvolvida para vagões do metrô de São Paulo.

Felipe MatozoJornalista, ex-repórter do Jornal e Canal "O Repórter" e ator profissional licenciado pelo SATED/PR. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
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